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Aquecimento global: mudanças poderão não surtir efeito em 2040 e 2050

Produção agrícola pode cair 30% sem redução de emissões até 2030

19/09/2021 às 02h46
Por: Redação Fonte: EBC
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Aquecimento global
Aquecimento global

A capacidade dos países de se adaptarem às mudanças provocadas pelo aquecimento global pode chegar ao fim, caso as emissões de gases de efeito estufa não sejam reduzidas significativamente nesta década, essas mudanças serão irreversíveis entre 2040 e 2050.

O alerta está incluído na avaliação de risco das mudanças climáticas, documento que visa apoiar a tomada de decisões de chefes de governo e ministros antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) 2021, que está prevista para ocorrer em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro a 12 de novembro.

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Para Daniel Quikin, pesquisador sênior do Projeto Ambiental e Social do Chatham Institute e um dos autores do relatório, muitos países estabeleceram metas para neutralizar as emissões de carbono e a maior ambição com relação às metas nacionais de redução de gases de efeito estufa são uma esperança. Embora, em sua opinião, sejam apenas promessas.

“Muitos países não têm políticas, regulamentações, legislação, incentivos e mecanismos de mercado proporcionais para realmente cumprir essas metas. Além disso, os NDCs [da sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada] revisados globalmente ainda não fornecem uma boa chance de evitar o aquecimento em 2ºC. Devemos lembrar que muitos cientistas do clima estão preocupados que, além dos 2ºC, uma mudança climática descontrolada possa ser iniciada”, alerta.

A meta nacional é determinada de acordo com o "Acordo de Paris" negociado durante a COP21 2015 da "Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima".

O acordo estipula que as emissões de gases de efeito estufa serão reduzidas a partir de 2020 e, no contexto do desenvolvimento sustentável, serão feitos esforços para controlar o aquecimento global abaixo de 2 ° C até o final deste século.

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Quiggin alertou que a meta estabelecida ainda não garante a neutralidade de carbono.

“O balanço zero líquido das emissões depende de tecnologias de emissão negativa, que atualmente não são comprovadas empiricamente em escala comercial. Em resumo, as metas que os países buscam estão se movendo na direção certa, mas ainda não conseguem evitar a devastadora mudança climática. E as políticas de apoio às metas existentes são insuficientes para atingir essas metas”, disse.

Ondas de calor

Uma avaliação divulgada em Londres nesta semana apontou que a falta de medidas específicas do governo pode levar a temperaturas extremas a partir da década de 2030, levando a 10 milhões de mortes ao ar livre.

Ondas de calor anuais podem afetar 70% da população mundial e 700 milhões de pessoas enfrentarão secas severas e prolongadas a cada ano.

O documento também alerta que a produção agrícola será reduzida em 30% até 2050, e 400 milhões de pessoas não poderão mais trabalhar ao ar livre por causa do aquecimento global.

Estima-se que até 2040, os quatro maiores produtores de milho, Estados Unidos, China, Brasil e Argentina, pelo menos 10% de suas receitas.

Na virada do próximo século, para cada metro de elevação do nível do mar, a probabilidade de uma grande inundação em Xangai aumentará cerca de 40 vezes, em Nova York 200 vezes e em Calcutá 1.000 vezes.

De acordo com Quinggin, os esforços atuais para conter o aquecimento global dão ao mundo menos de 5% de chance de controlar o aquecimento abaixo de 2°C.

“Sem ações radicais em todos os setores, mas especialmente dos grandes emissores, temperaturas extremas, quedas dramáticas nos rendimentos agrícolas e secas severas prolongadas provavelmente resultarão em milhões de mortes adicionais na próxima década. Ainda há uma janela de oportunidade real (embora ela esteja se fechando) para uma ambição muito maior de todos os governos, para evitar os impactos mais catastróficos das mudanças climáticas”.

A avaliação do Chatham Institute mostra que o ritmo atual dos esforços de descarbonização pode controlar o aquecimento em 2,7 ° C até 2100, mas a probabilidade de a temperatura média da Terra subir 3,5° C é de 10%.

O pesquisador explica que as restrições de mobilidade ocorridas por causa da pandemia da covid-19 contribuíram apenas momentaneamente para a redução das emissões.

“Nós consideramos isso, mas dado que as emissões se recuperaram muito rapidamente, e agora estão subindo novamente, o breve alívio oferecido pelos bloqueios nas emissões foi insuficiente para mudar nossa avaliação do ritmo e gravidade das mudanças climáticas”, explica.

A Avaliação de Riscos das Mudanças Climáticas é o primeiro de uma série de relatórios de pesquisa aprofundados que a Chatham House vai lançar até a COP26, analisando as consequências do aquecimento do planeta e indicando as ações que precisam ser tomadas para evitar o desastre climático. O trabalho é feito por cientistas e analistas políticos no Reino Unido e na China.

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