A experiência de Mato Grosso do Sul no desenvolvimento de estudos de potencialidades hidrelétricas do Rio Pardo, que identificou sete locais para instalação de centrais hidrelétricas, com capacidade para geração de 130 megawatts (MW) de energia, foi compartilhada nesta quinta-feira (23) no II Workshop Inventários Hidrelétricos Participativos, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
No seminário que busca dialogar sobre a oferta de energia limpa no Brasil, o governador Reinaldo Azambuja e o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), revelaram as boas práticas do Estado no diagnóstico das potencialidades do rio que está dentro da Bacia do Paraná e já tem empresários interessados na instalação de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas).
“Através da Aneel, fizemos um um amplo mapeamento do Rio Pardo em 2019, que identificou inicialmente um potencial de instalação de 11 hidrelétricas. Ao avaliarmos a questão ambiental, esse número foi reduzido para sete. Juntas, elas podem gerar energia suficiente para atender uma população de um milhão de pessoas”, explicou o governador Reinaldo Azambuja no workshop.
O estudo, segundo Verruck, equilibra as políticas ambiental e de geração de energia elétrica. “O Inventário Participativo de Potencial Hidrelétrico do Rio Pardo traz exatamente esse escopo. Essa avaliação identifica o quanto o rio suporta de hidrelétricas e quanto esse conjunto impacta nas comunidades e nos municípios para criar um equilíbrio entre o potencial hidrelétrico e potencial ambiental”, completou o secretário.
Com a iniciativa, empreendedores que desejam construir hidrelétricas no Rio Pardo podem executar seus projetos com garantia jurídica e ambiental. “Em função desse trabalho já tivemos demanda de construção de três PCHs no Rio Pardo, com investimento de R$ 600 milhões”, destacou Verruck.
Diretor-Geral da Aneel, André Pepitone ressaltou que o inventário do Rio Pardo só foi possível porque o Governo do Estado e o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) foram receptivos à proposta. "Tudo isso só foi possível graças ao espírito de cooperação. Já fizemos alguns inventários participativos. O primeiro que inaugurou a fila desse ato de vanguarda, tivemos a alegria de firmar com o Mato Grosso do Sul. Isso só foi possível porque tivemos toda a receptividade do Governo do Estado e do órgão ambiental.
Além de servir de base para outros estudos Brasil afora, o mesmo inventário será realizado nos rios Sucuriú e Verde, em Mato Grosso do Sul. "Da mesma forma vamos avaliar economicamente, ambientalmente e sob ponto de vista de geração elétrica, criando equilíbrio e beneficiando a sociedade. O propósito é gerar energia e desenvolvimento econômico sustentável no Mato Grosso do Sul", pontou o Verruck.
Bruno Chaves, Subcom
Fotos: Chico Ribeiro
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