Há 150 anos, o Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP) – uma das mais tradicionais instituições de ensino do Pará - está localizado em uma das regiões mais movimentadas de Belém. No entanto, por vários anos esse importante espaço de aprendizagem ficou abandonado e sem receber intervenções que preservassem os traços do estilo neoclássico inglês e art nouveau francês, presentes desde sua fundação, em 1871.
Em fevereiro deste ano, o governador Helder Barbalho assinou a Ordem de Serviço (OS) que possibilitou a imediata revitalização da centenária unidade escolar. Desde então, as obras avançam com todo o cuidado para resgatar as características originais da edificação. Os trabalhos são executados pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Até o momento, 98% dos serviços já foram realizados. O Instituto recebeu melhorias em toda a rede elétrica, pisos de ladrilho e madeira, revisão geral do forro, nova pintura da fachada e áreas interiores, restauração de pinturas artísticas nas entradas de circulação, além de outras intervenções. O espaço também foi contemplado com um moderno projeto de iluminação artística na fachada, e passa por testes para seu efetivo funcionamento.
Memorial Histórico- A secretária de Estado de Educação, Elieth de Fátima Braga, enfatizou que “a recuperação deste espaço demonstra a preocupação do Governo do Pará em preservar a história do nosso povo. Em poucos dias, o governador vai entregar esta escola totalmente reconstruída, que também vai abrigar o Memorial Histórico de Documentação da Seduc”, anuncia a titular da Seduc.
Além da restauração do prédio histórico, situado de frente para a Rua Gama e Abreu, outros três blocos escolares passam por melhorias. Cerca de 70 profissionais trabalham na troca do piso, manutenção e revisão de toda a cobertura, quadra poliesportiva, instalação de equipamentos para combate a incêndio, substituição dos aparelhos de ar-condicionado, paisagismo e revitalização da pintura externa e interna dos blocos.
Reconhecimento- O especialista em Educação Cristiano Silva é um dos servidores lotados no IEEP. Para ele, a recuperação deste espaço de aprendizagem é muito importante, devido à escola fazer parte da história de Belém e, ainda, ser um marco na formação de professores no Pará. “Este local é uma grande referência para todos nós, não apenas por ser uma das escolas mais antigas no Brasil ainda em atividade, mas por todo o legado construído nesses 150 anos de existência”, frisa o especialista.
Segundo o professor e vice-diretor do IEEP, Francisco Rodrigues, a revitalização está sendo fundamental para ampliar a comodidade e o conforto dos alunos, professores e toda equipe técnico-pedagógica. “Nossa escola estava precisando de reparos, não somente no prédio histórico, como também nos anexos. Com certeza, as melhorias vão possibilitar mais qualidade educacional a toda comunidade escolar que utiliza este espaço”, ressalta o dirigente.
“Quando iniciamos os trabalhos, constatamos que algumas salas apresentavam infiltrações muito grandes, a cobertura já estava bastante comprometida. Além do apelo afetivo que as pessoas tinham para que a escola fosse reformada. Melhoramos toda a parte elétrica, hidrossanitária, combate a incêndio e alguns elementos que faziam parte local e estavam danificados. Foram substituídos por novos ou semelhantes aos antigos, tudo para preservar a identidade original do prédio”, conta o engenheiro civil responsável pela obra, Vinícius Monteiro.
Referência arquitetônica- De acordo com a arquiteta e urbanista Beatriz Braga, o centenário edifício do IEEP será um modelo de preservação arquitetônica do estilo art nouveau em Belém, assim como o Theatro da Paz, a Praça da República e o Palacete Faciola, que também está sendo restaurado pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
“Grande parte de Belém foi construída com esses traços do estilo art nouveau francês por influência do período da Belle Époque. Infelizmente, nossa cidade é carente desse tipo de preservação e tombamento, mas nos últimos tempos temos visto o governo do Estado recuperar importantes prédios históricos da capital. Sem dúvida, no momento em que se devolve um edifício como o IEEP, faz com que a população se interesse cada vez mais pela história da cidade”, reitera a especialista.
Texto: Vinícius Leal - Ascom/Seduc
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